Rio de Janeiro, 18 de maio de 2005.
Ao
Exmo. Sr.
Dr. Luiz Paulo Conde
M.D.
Vice-Governador do Estado do Rio de Janeiro e Secretário de Estado e Meio
Ambiente
Sr.
Presidente do Conselho de Administração da CEDAE
Na
condição de acionista minoritário e representante de todos os acionistas
minoritários que me elegeram para representá-los, trago o voto manifestado por
aquele grupo, decidido em reunião convocada para tal fim, anteriormente a
presente reunião.
Os
acionistas minoritários, ante a pauta para a presente reunião deste Conselho,
manifestaram-se contrários ao seu item 2: “Propõe a cisão da empresa em 6
partes, sendo 1 de produção de água e de tratamento de esgotos e 5 de
distribuição de água e coleta de esgotos, marcando assembléia geral para
referendar a presente proposta”. Tal alteração organizacional carece de maiores
esclarecimentos, pois não está claro o sentido real a que se destina.
Os
acionistas minoritários, hoje, já fora da Cia. que, orgulhosamente, criaram-na
e que foi o modelo para a criação de todas as companhias estaduais de saneamento
no Brasil, exaltam a necessidade, sim, de modernização em face do tempo e do
desgaste a que vem sendo submetida pelas ações equivocadas de governos
anteriores.
Não só
comentam, como até provam com os fatos evidentes que levaram a co-irmã SABESP que
passava por situação operacional e financeira bem pior que hoje passa a CEDAE e
se transformou na maior empresa de saneamento básico da América do Sul,
mantendo-se nessa progressão até hoje. Foi devido a habilidade do governador
Mário Covas, finado, que contrariando a política de seu partido PSDB, voltada
para as privatizações dos órgãos públicos, contactou prefeituras e a Assembléia
Legislativa de São Paulo e convocou todos os trabalhadores e técnicos da SABESP
em grande encontro no Anhambi e daí a grande e histórica virada.
Outro
governador, o atual Aécio Neves, também do PSDB, segue as passadas da SABESP,
com competência e habilidade transformando em franco progresso da COPASA outra
nossa co-irmã.
Para não
alongarmos mais, evidencia-se que as Cias. de Saneamento no Brasil permanecem
públicas, buscando a modernização. Inclusive a SANEPAR que fôra parcialmente
privatizada e que, devido a piora de sua gestão, fez com que o governador
Requião rescindisse a tal privatização, e está se modernizando.
Há de se
perguntar: por que o Estado do Rio de Janeiro teria que ser o primeiro a
privatizar a sua Cia? Por que ir na contra-mão da história do saneamento básico
público que é básico para a saúde pública e não um mero negócio rentável? Por
que persistir na tendência em direção da privatização da CEDAE?
Dario
Mondego
Representante
dos Acionistas Minoritários da CEDAE